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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A Cor dos Homicídios no Brasil

O estudo focaliza a incidência da questão racial na violência letal do Brasil, tomando como base os registros de mortalidade do Ministério da Saúde entre os anos 2002 e 2010.
O trabalho verifica a incidência da vitimização negra nas Unidades da Federação, nas Capitais e nos Municípios brasileiros, tentando identificar os focos e os determinantes dessa violência.
Acesse aqui o documento na íntegra.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Grandes empreendimentos e questão social

A matéria veiculada pelo UOL apresenta um problema cada vez mais gritante ao redor das obras dos estádios de futebol  que estão no circuito da Copa do Mundo.

Confira a matéria de Roberto Pereira de Souza, clicando no título abaixo.

Às vésperas da inauguração do estádio jovens se prostituem ao redor do Castelão por R$10

 
Roberto Pereira de Souza/UOLProstituta na av. JK, que dá acesso ao Castelão: "O programa custa R$ 10 ou um prato de comida"  Prostituta na av. JK, que dá acesso ao Castelão: "O programa custa R$ 10 ou um prato de comida"


sábado, 24 de novembro de 2012

I Encontro de Museus Indígenas de Pernambuco



Piadas Racistas

Na Semana da Consciência Negra, pesquisador discute o formato que o racismo tem assumido no Brasil no artigo disponibilizado no site Africas.
Confira abaixo:


Piadas racistas reforçam padrão colonial, explica pesquisador




 Personagem Adelaide do programa Zorra Total. (Foto: reprodução)

A personagem Adelaide está colocada dentro dos marcos do passado. Havia uma leitura nas piadas de que os negros eram pobres, desdentados e feios. Adelaide tem o nariz e os lábios exageradamente alargados e o cabelo despenteado, em um clichê, que, no final, a compara a um gorila”
Portal Terra
Piadas sobre negros ainda são usadas para desqualificar e marginalizar essa parcela da população, critica o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Dagoberto José da Fonseca, que pesquisa o tema desde a década de 1980. “Esse tipo de piada, de brincadeira, que não é nada inocente, tem o objetivo de rebaixar, de inferiorizar, de desqualificar o negro, de mostrá-lo como um animal, incompetente ou estigmatizar uma situação de pobreza pela qual passa boa parte dessa população.”
Doutor em ciência sociais, ele começou a pesquisar o tema depois de ouvir de um amigo uma piada racista ainda na faculdade. A anedota deu origem a uma tese de mestrado que, engavetada desde então, foi resumida e será publicada no livro Você Conhece Aquela? A Piada, o Riso e o Racismo à Brasileira, com previsão de lançamento em dezembro.
Em 133 páginas, o professor da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp reúne piadas em que os protagonistas são negros e aparecem como “vadios, malandros, ladrões”. Em algumas dessas anedotas são comparados a doenças degenerativas, como câncer, ou têm características físicas, como o nariz e a boca, exageradas, reforçando estereótipos.
É o caso da personagem Adelaide, do programa Zorra Total, da TV Globo. No quadro, ela é uma mulher negra, pobre, sem dentes, que se refere aos cabelos da própria filha como “palha de aço”. As aparições da personagem estão sob análise no Ministério Público do Rio de Janeiro, que vai avaliar se há racismo no programa, a pedido da Secretaria de Igualdade Racial (Seppir).
“A personagem Adelaide está colocada dentro dos marcos do passado. Havia uma leitura nas piadas de que os negros eram pobres, desdentados e feios. Ela a personagem não rompe com o passado, como Mussum, Grande Otelo e Chocolate. Adelaide tem o nariz e os lábios exageradamente alargados e o cabelo despenteado, em um clichê, que, no final, a compara a um gorila”, criticou.
Sobre o tema da sexualidade, em um dos quatro capítulos da obra, Fonseca também critica o mito da potência sexual, no caso dos homens, ou de lascívia, no caso das mulheres. Segundo o professor, essas ideias surgem na colonização tanto no Brasil quanto na África e refletem teorias de um momento histórico em que o negro era tido como inferior.
“Quando a gente pensa em um negro brutamonte, está associando o negro a um tarado, a um cavalo, a um touro, ou seja, voltamos para a questão da animalização”, ressaltou. ”Do outro lado, quando se remete à mulher negra, há ideia de lascividade, de promiscuidade. Tudo vinculado ao processo colonial, em que o dono do corpo era quem escravizava”, acrescentou.
Para o professor, por trás das piadas racistas há uma intenção de buscar a “padronização” do corpo, da beleza, por meio da valorização de um “ideal branco”, o que tem impactos negativos, especialmente, entre as crianças negras. A tendência, explica o pesquisador, é que elas se sintam inferiores e tenham mais dificuldade para aprender.
Em relação à personagem Adelaide, a Central Globo de Comunicação informou que o humorístico “é notadamente uma obra de ficção, cuja criação artística está amparada na liberdade de expressão”. A nota acrescenta ainda que a personagem foi inspirada na avó de seu intérprete e criador, o ator Rodrigo Sant’anna.

http://africas.com.br/portal/piadas-racistas-reforcam-padrao-colonial-explica-pesquisador/